quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Captain America and The Avengers... capitão américa negro??

Com o lançamento do filme dos Vingadores, a popularidade dos super-heróis da Marvel subiu mais que a inflação brasileira (ok, nem tanto), e heróis que eram quase desconhecidos aqui no Brasil exceto pelos fãs de HQ's (como eu na época que estava fora por ser barato lá fora) hoje "estão bombando" na mídia (antes do filme, se perguntassem o nome de um super-herói para um não-fã, quase sempre ele citaria Super-Homem, Bátema ou no máximo o Homem-Aranha...). Pra variar, já lançaram games individuais dos super-heróis e um game dos vingadores está prestes a ser lançado (e é claro que no game incluíram o Homem-Aranha, o Wolverine e mais um monte de personagens que não aparecem no filme; deixa pra lá, o game é mais baseado na saga Invasão Secreta do gibi do que no filme); o que nem todo mundo lembra é que muito antes disso tudo os Vingadores já tiveram alguns games, e o que fez mais sucesso em sua época é (in)justamente o da resenha de hoje: Captain America and The Avengers.


Captão Black and the Avengers

Lançado originalmente para Arcade, este game recebeu várias conversões (além de Mega e Snes, teve também para Game Gear e Game Boy, além de uma versão diferente para Nes). A história (baseada nos gibis, óbvio, se passa mais ou menos na época da saga Atos de Vingança) é a seguinte: o Caveira Vermelha reuniu um grupo de supervilões usando uma máquina de controle da mente (engraçado que ele não tentou usar o treco nos heróis...) para poder dominar o Mundo, e cabe aos Vingadores impedí-lo (ok, história não é o forte deste jogo, mas fazer o quê, é um Beat n'Up, a história que se dane, o que importa é descer porrada nos vilões!).  No game, os jogadores podem controlar quatro dos Vingadores: Capeitão Capitão América, Tony Cachaça Homem de Ferro, Gavião Bucha Arqueiro e Buchão Visão, além de outros aparecerem para ajudar.

 I am the Iron Man!

Embora sejam essencialmente o mesmo jogo, as versões do game têm muitas diferenças entre si; a versão de Mega Drive possui jogabilidade e sons melhores, enquanto a de Snes tentou caprichar nos gráficos; a verdade, entretanto, é que as duas versões ficaram muito ruins... Enquanto no Super Nintendo os gráficos se aproximam bastante da versão original para Arcade, mantendo inclusive as cutscenes, no Mega não apenas tiraram a maioria das cutscenes como parece que resolveram usar quase que um sistema monocromático de cores nos cenários e nos personagens; as cores do Capitão, por exemplo, estão totalmente alteradas (conseguiram deixar o Capitão América negão! Incrível, fizeram com ele o que, anos depois, iam fazer com o Nick Fury), o rosto do Visão está bem diferente da versão original e o Homem de Ferro mais parece Homem de Papelão. Eu ouso dizer que o sistema de cores de Captain America and The Avengers está tão ruim no Mega Drive quanto a conversão Duke Nuken enquanto os gráficos de Snes, pelo menos, estão bem aceitáveis.
Avuando

Já o contrário exato aconteceu com a parte sonora: no Mega, mantiveram as vozes e as músicas com qualidade quase igual à do Arcade, enquanto no Snes reduziram bastante a qualidade dos sons. Embora esteja longe de ser um jogaço, Captain America and The Avengers possui o mérito de ser um dos poucos games de Mega Drive com vozes (e um dos poucos do Snes também, embora existam bem menos falas... tiraram até o chavão Avengers Assemble do Snes)! As músicas estão boas no Mega, mas ficaram muito monótonas e fracas no Snes. Chega a ser engraçado que, com a diferença de tempo no lançamento da versão de Snes para a do Mega eles melhoraram pouca coisa e pioraram outras... Teria sido muito melhor se tivessem mantido a qualidade sonora do Mega e adicionado os gráficos de Snes, mas fazer porcaria é a especialidade de algumas pessoas.
Visão, o mais bucha dos Vingadores

Entretanto, como eu disse antes, gráficos, sons, história e o que mais for não valem nada num Beat n'Up se a jogabilidade não for decente. E a jogabilidade ainda é o que salva (por pouco) Captain America and The Avengers. Os comandos dos quatro heróis são os mesmos: socar, pular e atirar, além das combinações entre estes comandos (pulo com chute, com tiro, etc.), bem básico, mas bastante suave em ambas as versões. No Snes, é um pouco difícil movimentar os personagens, que acabam "deslizando", enquanto que a movimentação está boa no Mega; por outro lado, no Mega, em vez de usarem um botão para cada um dos três comandos básicos, existe um botão de pulo e dois de socos (o tiro é feito apertando pulo + soco), e isso não pode ser alterado nas opções, sabe-se lá por quê; pelo menos, isso corrigiram na versão de Snes... Seja como for, os comandos servem a seu propósito: os Vingadores percorrem as fases enfrentando os supervilões e seus capangas (a maioria robôs; pelo menos inovaram neste Beat n'Up, colocaram robôs em vez de clones...), sendo que os vilões são chefes e sub-chefes. Apesar da repetição típica dos Beat n'Up, há uma boa variação nos inimigos e em suas formas de ataque (mais até do que se poderia esperar deste game), além da variação na estrutura das fases, sendo até mesmo possível voar em algumas (Capitão América e Gavião usam uma moto voadora pra acompanhar Homem de Ferro e Visão). Existem poucos itens, infelizmente, e os jogadores têm que se virar pra economizar life já que tem poucos itens de recarga e nenhum continue no jogo (mas pelo menos a quantidade de vidas pode ser alterada no Options).

Versões dos portáteis

Enfim, Captain America and The Avengers é um game que poderia ter sido bem convertido, mas acabaram economizando nas conversões, resultando em jogos bem medianos para Mega Drive e Super Nintendo (não joguei as versões portáteis). Mesmo os maiores fãs de Beat n'Up sentem dificuldade em gostar deste jogo em suas versões caseiras (a versão de Arcade está bem melhor, mas também não é nenhuma maravilha), e apenas os fãs dos gibis é que realmente gostaram do game, já que os super-heróis e supervilões favoritos dos fãs da Marvel estão quase todos aí, muito fiéis aos gibis; numa época em que não existia nada melhor, era o mais próximo que os fãs tinham de poder encarnar seus heróis, uma vez que era um dos poucos Beat n'Ups de super-heróis para consoles (daí veio seu relativo sucesso). Pelo menos, Maximum Carnage foi lançado em 1994, para alívio de nós fãs de gibis...

A versão de Arcade, só pra comparação

Double Dragon II The Revenge... voltei com amizades por causa desse jogo.

Eu lembro que quando eu era guri eu tinha jogado o primeiro Double Dragon pro Nintendo e tinha gostado bastante, porem tive a infelicidade e a tristeza de não comprar o Double Dragon II The Revenge, e eu tinha brigado com um colega da rua, foi uma briga mesmo nos tínhamos ficado sem falar e tudo mais, aí certo dia fui chamar um outro colega da rua para brincar e vem a mãe dele e me diz: "ele esta no *menino que briguei* " fui lá chamar ele e ouço do menino que iria chamar para brincar: "estamos jogando Double Dragon II"... :OOOOO VAMOS FAZER AS PAZES KRA!!

    Eu sei que enredo nunca foi uma coisa a ser bem trabalhada nos jogos de beat'em up, mas nesse jogo a barra foi forçada ao extremo: Marian, a namorada dos irmãos Lee (sim, a moça namora os dois. Vai ver ela gosta de sanduíche, mas enfim...) (dança do maxixe.. ok continuando) estava, como sempre, parada feito um poste no meio da rua assistindo uma cambada de criminosos das mais variadas estirpes virem ao seu encontro. Porém, dessa vez os terríveis bandidos não a raptam, mas fuzilam a moça sem dó! No primeiro jogo eles "só" sequestraram a moça e os dois gêmeos quebraram metade da gangue na porrada, e nesse eles matam a menina? Pelo visto inteligência não é o forte dos Black Warriors... Bem, o pior de tudo é os dois irmãos lutando novamente na esperança de ressuscitar a moça! Na boa, era bem mais fácil eles procurarem outra pra ficar no meio dos dois pra namorar do que sair espancando dúzias de inimigos pra tentar reviver uma pessoa cujo único talento parece ser ficar imóvel diante do perigo!
   História malfeita à parte, o jogo melhorou em relação ao seu antecessor pelo fato de permitir o controle simultâneo dos dois irmãos, algo que fez uma falta danada na versão caseira do jogo anterior. Isso não removeu alguns defeitos do jogo anterior (como o fato de não se poder enfrentar dois inimigos diferentes,por exemplo), e era possível escolher se poderia se bater ou não em seu companheiro (isso deveria ser lei em jogos desse tipo, quem já jogou Battletoads sabe do que eu estou falando). A jogabilidade aqui era diferente e requeria um certo tempo para se acostumar: ao contrário dos jogos tradicionais, onde um botão pula e o outro bate, aqui o botão A bate para a esquerda e o B para a direita, e pra pular era preciso apertar os dois juntos. Quando eu joguei isso não era problema, pois eu tinha um Dinavision 3, cujo joystick tinha o botão A+B que facilitava pacas o pulo nesse jogo, porém eu imagino a treva que era jogar no joystick do Nintendinho original! Eu queria ver alguém passar a penúltima fase (plataformas que somem estilo Megaman) sem esse botão! Pra compensar os heróis ganharam golpes especiais bem legais, como um ataque das corujas chute giratório e uma voadora com joelhada, ambos muito eficientes.
 Os gráficos do jogo estão muito bonitos para os padrões do NES, com cores bem legais e poucos glitches. As músicas também são boas, alternando entre temas"vamo pro pau" com melodias sombrias. Apesar do jogo me trazer lembranças não tão boas (como você pode ouvir no podcast que gravei com a galera do Estação Podcast), é um grande jogo do estilo "andar e bater", e vale a pena pra todo fã do gênero.  

  A segunda aventura dos gêmeos porradeiros consertou muito dos erros do jogo anterior, gerando uma das melhores continuações de games já produzidas.

Action 52... Por que isso vale muito hoje em dia no Ebay?

Quase sempre gamers com pouca grana recorriam a cartuchos múltiplos, pois apesar deles serem na maioria das vezes um pouco mais caros que os cartuchos normais o fato de eles virem com vários jogos os tornava vantajosos. Eles existem desde a época do Atari: quem não lembra dos famosos cartuchos da Dactar de 4 jogos, que vinham com chaves para selecionar na frente? Até mesmo hoje, com o advento da mídia digital e dos jogos via download, é possível encontrar títulos múltiplos como o famoso Sega Classics Collection do PS2, que reunia 8 clássicos da casa do Sonic num único disco.
 Pois bem, o NES não ficava de fora dessa econômica mania, até hoje é possível encontrar nos Polystations da vida cartuchos com vários jogos, porém às vezes a tal economia não vale a pena: os cartuchos do já citado Polystation prometem milhares de jogos, mas o que se vê é no máximo seis jogos e o resto não passa de repetições. Mesmo assim eu digo a vocês: entre um cartucho de Polystation com 9999999 jogos iguaizinhos e este com 52 jogos totalmente diferentes (ou quase isso), faça um favor a si mesmo e compre o do Polystation!
  No seu lançamento que foi em 1991 , Action 52 custava extratosféricos 199 dólares, mas a economia vinha do fato do cartucho ter 52 jogos, o que fazia cada um custar menos de 4 dólares. O problema era que, ao contrário dos "multi-carts" da época, o cartucho transparente (que esquentava mais que o PS3) trazia 52 títulos totalmente desconhecidos. Ao colocar a pérola no console e ligar, somos recebidos por uma abertura até que legal, com um sample da famosa (nem tanto, eu não sabia dela) música No seu lançamento, Action 52 custava extratosféricos 199 dólares, mas a economia vinha do fato do cartucho ter 52 jogos, o que fazia cada um custar menos de 4 dólares. O problema era que, ao contrário dos "multi-carts" da época, o cartucho transparente (que esquentava mais que o PS3) trazia 52 títulos totalmente desconhecidos. Ao colocar a pérola no console e ligar, somos recebidos por uma abertura até que legal, com um sample da famosa música "Go On Girl", de Roxanne Shante (um grande sucesso em 1988). Após a introdução, temos um menu onde escolhemos o jogo pelo nome, típico dos multicarts. E é aí que a diversão acaba, pois é um pior que o outro! (um grande sucesso em 1988). Após a introdução, temos um menu onde escolhemos o jogo pelo nome, típico dos multicarts. E é aí que a diversão acaba, pois é um pior que o outro!

 Jogabilidade travada. Glitches gráficos. Trilha sonora porca. Falta de carisma. Tais coisas permeiam cada um dos títulos de Action 52. Chega a dar a impressão de que os jogos foram feitos às pressas por um estagiário que não sabia muito de programação, tamanha a falta de qualidade dos mesmos. Isso sem contar que os títulos são bem repetitivos, como se o tal estagiário tivesse apenas reaproveitado um jogo várias vezes, mudando apenas um sprite aqui e ali. 
A cereja desse indigesto bolo éCheetahmen, o último jogo da lista e carro-chefe do cartucho (tanto que é o "belo" homem-felino do game que nos recebe na tela-título). Basicamente o jogo é uma cópia muito da safada de Battletoads, com uma história que não faz sentido nenhum: o grande mestre dos games é sugado para dentro de um jogo, onde conhece os Cheetahmen, que imediatamente partem pra ação deixando o gamer esquecido pelo resto da eternidade (ele não aparece mais pelo resto do jogo). O jogo é o mais bem feito de Action 52, embora isso não garanta que o jogo seja bom, pois ele acaba sofrendo do mesmo mal que os outros 51 jogos: a falta de capricho. Seu homem-gato se move de forma dura e é quase impossível se desviar dos inimigos e pular obstáculos.
Sendo assim, não era de se esperar que Action 52 fosse um fracasso. Ele é cohecido como um dos piores cartuchos já lançados, e estranhamente isso o torna valioso hoje em dia.

Ghosts'n Goblins... NUNCA ZEREI ALGO TÃO DIFÍCIL ASSIM.

   Uma reclamação bem comum dos retrogamers em relação aos games da geração atual é a falta de dificuldade nos jogos. Checkpoints a cada cinco minutos, vidas infinitas, tudo isso é motivo pra muita gente bancar o velho ranzinza e soltar aquelas pérolas que sempre começam com  "no meu tempo...". Mas será que dificuldade é sinônimo de diversão? Pra mim, a resposta é: nem sempre! E Ghosts'n Goblins é a prova disso.
  Quando eu era guri estava no final do mês eu trocando alugando e emprestando jogos com meus amigos de SNES, e todo final de mês (na verdade era meio que de 15 em 15 meses -.- AFEE!) meus pais compraram um novo jogo pra mim e eu estava cansado dos jogos fáceis que lançaram durante o ano assim como os velhos ranzinzas, mas diferente deles eu tinha zerado a maioria que tinha e que meus amigos me emprestavam então o rei supremo do bairro estava entediado. Quando comprado o jogo não tive muita vontade no inicio de joga-lo mas por estar muito sem o que jogar eu fui ver como ele era.

 O enredo é o clássico "resgate a donzela em perigo", com uma cena inicial mostrando o cavaleiro Arthur e a princesa Prin Prin numa romântica cena, interrompida pelo vilão Satan que rapta a mocinha, obrigando o heroi a sair em busca da amada. E aí que vem o primeiro problema, pois a jogabilidade é uma mistura de Megaman com Castlevania: a movimentação lembra o robozinho azul, mas os pulos são no estilo do clã dos Belmonts! Some isso ao fato de Arthur morrer com apenas dois hits (o primeiro quebra sua armadura e o segundo mata) e temos um jogo difícil de doer os dedos! Sério, esse é o jogo mais difícil que eu já joguei em toda a minha vida, perto dele Battletoads é a coisa mais simples do mundo. O que me despertou querer joga-lo e zera-lo pois eu senti que ele tinha me desafiado por eu não ter confiado nele quando meus pais o compraram para mim.  Os gráficos não são a melhor coisa que o NES podia fazer, mas dão pro gasto. A trilha sonora que fez a fama do jogo nos arcades está ali, grudenta e gostosa de ouvir como sempre. E os controles são perfeitos, apesar do pulo Belmont (que aliás é algo com o qual você vai se acostumar antes do fim da primeira fase, ainda mais se já tiver derrotado Drácula antes de encarar esse jogo). Arthur pode encontrar power-ups durante o jogo, alguns em lugares pré-estabelecidos e outros derrotando inimigos que carregam potes. Porém, com exceção da faquinha (a melhor arma do jogo, e rara na mesma proporção) e da armadura extra os outros são inúteis: Arthur começa atirando lanças, mas pode pegar além da já citada faca armas como tochas, machados e escudos (sim, é uma arma, e sem ela é impossível derrotar o Satan!). Problema: o escudo tem um alcance curtíssimo, enquanto tochas e machados fazem um arco no ar, ou seja, você fica limitado a atingir ou quem está a uma determinada distãncia ou quem estiver abaixo de você. Sendo assim as duas únicas armas que prestam são a lança e a faca, e a segunda só é melhor pois a lança é meio lerda.
 
Outra coisa que te ferra nesse jogo é o tempo. A fragilidade de Arthur muitas vezes te obriga a ficar esperando um inimigo se afastar pra que você passe em segurança, mas você tem cerca de três minutos pra passar de fase, e às vezes não dá tempo. Na última fase isso irrita, pois tem 752489 inimigos antes do chefe, que mesmo com o escudo demora uma eternidade pra ser derrotado. Eu cheguei nele com apenas 30 segundos pro fim e só de cueca, e não tenho vergonha de dizer que usei save state pra matá-lo, pois se você morre volta lá pra baixo e tem que fazer tudo de novo! O jogo tem continues infinitos e você não perde sua arma se morrer, mas isso não é nada comparado à quantidade de complicadores do jogo.
 Ao zerar, você vê uma mensagem dizendo que precisa fazer TUDO DE NOVO pra ver o final verdadeiro. Eu confesso que não fiz isso, pois zerar a primeira vez foi tão doloroso que eu já estava cheio pois busquei uma aventura de fim de semana e ganhei um praticamente mês inteiro. Esse é o tipo de jogo que deve ter dado muito lucro pra Nintendo, pois acredito que muitos joysticks devem ter voado da mão de jogadores direto para a parede por causa desse jogo. Tá certo que a dificuldade é algo que sempre nos motiva a zerar, e a falta dela pode fazer com que abandonemos um jogo depois da primeira zerada. Tá certo que a dificuldade é algo que sempre nos motiva a zerar, e a falta dela pode fazer com que abandonemos um jogo depois da primeira zerada. Mas, como já disse aqui sobre o realismo, a dificuldade também precisa ser bem dosada. Em excesso, pode fazer o que ela fez com esse jogo: tornar algo que seria muito bom, em algo não tão bom assim.

Pepsi Man de PSX... É SO PUBLICIDADE

 Em todo o tempo em que eu me indetificava gamer eu sabia e via varios jogos bizarros lançados para promover algum produto ou ate mesmo comida, quem não conhece a versão arcade de Pole Position e suas placas de publicidade (com direito até a propaganda de cigarro), no longínquo ano de 1982?        Tá certo, nem sempre publicidade e games fazem uma boa parceria, mas muitos bons games surgiram de propagandas, como por exemplo Yo Noid! (NES), o supra-sumo da dificuldade 8 bits, criado para promover a rede de fast-food Domino's Pizza. Ou então Cool Spot (SNES), protagonizado pelo mascote do refrigerante SevenUp. E este aqui se junta à lista.
 Lançado em 1999(o game) Pepsiman era um super-herói criado para ser o garoto-propaganda da Pepsi no Japão.  Seus comerciais seguiam a linha do "herói atrapalhado", com Pepsiman ajudando pessoas sem Pepsi e se ferrando logo em seguida. O jogo segue a mesma tendência das propagandas: você tem que guiar o herói prateado até um certo ponto, onde pessoas precisam mais de Pepsi do que de outras coisas mais banais, como socorro dos bombeiros ou resgate no deserto. O problema é que TUDO no caminho só quer ferrar tua vida! Some isso ao fato de Pepsiman não poder parar de correr nunca e temos um jogo bem difícil.
Os controles são bem legais e respondem bem. Você só tem três comandos: o botão X pula, o Bolinha dá carrinho e o Quadrado é uma espécie de turbo, deixando o herói mais rápido por alguns segundos. O jogo é do tipo decoreba, pois os obstáculos sempre surgem nos mesmos lugares. O problema é que a corrida é contra o relógio, e quando você não morre bater faz você perder um tempo precioso. Fora isso, o jogo é pura e simplesmente correr freneticamente coletando latas e mais latas de Pepsi. Os gráficos são bons, embora misturem sprites em 2D com gráficos poligonais de forma meio estranha. Já os sons dão pro gasto, e embora o jogo só tenha uma música que se repete com poucas variações, ela é legal e não cansa.

Mas nenhuma descrição desse jogo ficaria completa sem as cutscenes: nelas, um cara gordo estranho aparece bebendo Pepsi, comendo e sugerindo que você faça o mesmo. Pra quem não sabe, o cara é Mike Butters, um ex-jogador de hóquei no gelo que virou ator e dublê depois de pendurar os patins (ele inclusive atuou em três filmes da série "Jogos Mortais"), e na época era garoto-propaganda da Pepsi nos Estados Unidos. Agora, uma pergunta: segundo a mídia sensacionalista de um certo canal de TV jogos violentos deixam quem os joga violento também, então quem joga Pepsiman deve virar um gordo estranho viciado em refri que não sai do sofá e... err... bem acabei de me descrever então deixa pra lá.
   Pepsiman é um jogo comum, que poderia ter ficado esquecido. Porém, não tem quem não solte um "nossa, eu jogava isso véi" quando se fala desse jogo, inclusive até hoje tem quem peça por uma continuação dele. E foi assim que, apesar de não passar de um comercial de refrigerante jogável, Pepsiman se tornou um clássico do PS1. Talvez porque seja um comercial jogável muito divertido!

Congo's Caper for SNES... jogo ruim

Fabricado pela Data East em 1992 pro SNES no Genero ação e plataforma.

Quando eu era guri, ia com frequência alugar jogos. Todos nós íamos. Era um hábito muito comum que se perdeu no tempo durante a idade
Mas havia um mal nas locadoras... Os cartuchos eram piratas - pelo menos nas locadoras que eu ia - e com isso muita gente alugava um jogo e trocava o chip do jogo por outro. Muita gente já deve ter feito esse ato de ladrão; eu inclusive. Um amigo meu tinha um cartucho do Indiana Jones que não funcionava mais, fomos na locadora, alugamos Super Mario All-Stars e trocamos os chips. Sim, um pequeno delito; mas quem nunca agiu como funkeiro uma vez na vida que atire a primeira pedra!
E assim o próximo que alugasse o jogo, teria uma surpresa nada agradável; afinal não ia jogar nada, pois o chip que colocamos não funcionava. 
E era o crime perfeito; afinal quem iria desconfiar ou teria provas pra acusar de ter trocado os chips?
O dono da locadora nada poderia fazer. E mais, ele estava alugando jogos piratas e quer me julgar? Somos todos culpados nessa sociedade de hipócritas.


 Pois foi assim que conheci Congo's Caper...

Fui até a locadora e peguei a caixa do jogo Joe & Mac 2. Já conhecia o jogo e queria jogá-lo em um dos meus finais de semana, mas para minha supresa, ao ligar o Super Nintendo, o jogo eraCongo's Caper. O primo pobre do Joe e Mac!

Sua história é uma porcaria de tão simples. Você é um macaco serelepe chamado Congo que tem uma namoradinha, a Congette! Que criativo... Meu nome é Paulo e seguindo essa linha de raciocínio, preciso namorar alguém chamada Paulete, que com esse nome, só pode ser um menino/menina.
É um pássaro? É um avião? Não, é só um cosplay de Drácula!
E lá esta você com sua turminha de macacos e sua garota/garoto; quando de repente caem duas esferas rosas do céu e transformam você e sua namorada em humanos. Você vira um garoto de cabelos azuis e ela uma menina de cabelos lilás. Porém vocês não ficam transformados em humanos pra sempre; pois quando apanham voltam a ser macacos. O retrocesso da evolução da nossa espécie. Bem que dizem que bater não resolve nada na educação.

Tudo estava tranquilo quando de repente um terrível vilão que vestido de Drácula aparece, te espeta com seu tridente e foge com sua garota (estereótipo dos video-games da década de 90). Por que ele raptou sua namorada? ? E por que só você e a sua namorada se transformam em humanos, enquanto o resto da galera é macaco eternamente? Essas e outras perguntas jamais serão respondidas, pois o jogo não diz nada sobre isso (nem no manual, nem quando você termina o jogo, e também a maioria das vezes ninguém quer ler aquela porcaria de manual) e a Data East faliu em 2003. Nunca teremos as respostas!
 Os gráficos do jogo podem ser bacanas pra uma criança, e eu não me lembro de ter reclamado disso quando era moleque. Porém, jogando agora vejo que os cenários precisam muito de um capricho. Assim como os inimigos genéricos e repetitivos. Temos pterodáctilos e homens das cavernas aos montes em todas as fases. TODAS! O jogo tem uma tela de seleção de estágio onde temos fases aquáticas, fases num castelo; fases vulcânicas e independente do cenário escolhido, encontraremos sempre os mesmo inimigos.


Congo's Caper é bem simples e qualquer pessoa pode jogá-lo sem maiores problemas. Nosso herói só bate com sua clava e pula; é muito simples.
Você começa o jogo na forma de humano, se apanhar retrocede e vira macaco e se apanhar de novo morre. Pra voltar a ser humano, basta pegar uma esfera rosa. Se você conseguir coletar três esferas enquanto for humano, você vira super congo! O herói fica colorido e piscando e seu salto fica muito mais alto e você fica com as esferas como medidor de life, sendo necessário tomar três pancadas pra virar macaco. O medidor de esferas rosas, fica no canto esquerdo superior da tela. Se estiver com os três cheio, cada vez que pegar outra esfera rosa você ganha uma vida extra.
No topo da tela também tem uma roleta. Cada vez que você pega uns quadradinhos azuis você tem a chance de ganhar vidas extras ou até passar automaticamente de fase, contando com a sorte. 

Estômago de um T-Rex! :P
O jogo possui várias bizarrices que não podem passar despercebidas, mesmo se tratando de um jogo de videogame. Algumas fases são muito esquisitas e tem coisas completamente desnecessárias ou sem noção. Ou os dois ao mesmo tempo!
A fase aquática onde raios caem a todo momento é ridícula de mal feita e totalmente desnecessária.
Mas a coisa mais sem noção sãos as fases no estômago do T-Rex. Totalmente non sense!



Foi um jogo que eu realmente me arrependi de ter me criminalizado na locadora por um jogo que não me entreteu nem quando eu era moleque e nem agora quando joguei no emulador recentemente para fazer esse review.


Spider-Man 1 PSX, Nintendo 64, Dreamcast, Microsoft Windows, Game Boy, Mac OS, IBM PC

Publicado pela Activision e pela Marvel Entertainment o Spider-Man foi lançado dia 24 de agosto de 2000 (pelo menos para Playstation/PSX). Na estréia do cabeça de teia no 3D, tivemos um jogo totalmente inspirado nos quadrinhos, afinal ele foi lançado 2 anos antes da trilogia do homem aranha de Sam Raimi. Traduzindo: nada de teia infinita e as hilárias zoações  com os inimigos (duas coisas que felizmente estão de volta nos cinemas). O enredo do jogo (mostrado em quadrinhos no N64 e em CG nas demais plataformas) mostra o Dr. Otto Octavius (a.k.a. Dr. Octopus) numa feira de ciências demonstrando seu novo e revolucionário invento. Na platéia, Peter Parker e J. Jonah Jameson estão cobrindo o evento, acompanhados por Eddie Brock, que quer recuperar seu emprego no Clarim Diário. De repente, um falso Homem-Aranha aparece e rouba o invento. Brock consegue fotografá-lo, mas o falso Aranha destrói sua câmera e ele é humilhado por Jameson por sua incompetência. Com isso, ele se enfurece com o Aranha e seu simbionte aflora, fazendo-o voltar a ser Venom e jurar vingança. Enquanto a polícia lança um alerta geral, ordenando a captura do Homem-Aranha a qualquer custo, o Dr. Octopus vai aos esgotos e libera um gás verde que cobre toda a cidade, para atrapalhar o aracnídeo de escapar da polícia (bela desculpa para a limitação gráfica da época, hein dona Activision!). Agora o Aranha precisa provar sua inocência enquanto tenta descobrir e prender o impostor, tudo isso com um simbionte marombeiro querendo quebrá-lo ao meio. Ô vida viu.

       Eu conheci o jogo através do meu primo que tinha o Playstation 1 na época e eu já estava com o Hack já cheio então não houve espaço durante ele por um bom tempo e quando eu tive a chance de compra-lo já estava pra lançar o Playstation 2, e meu primo morava no mesmo condomínio que eu era fácil eu ir lá jogar, e quando eu cheguei na casa dele vi lá uma sacola de plastico com um CD novo e quando ele tirou eu vi o meu super-herói favorito de volta aos consoles depois do jogo do Kingpin para Mega Drive (e outros que não quero pesquisar porque na minha imaginação na época só tinha para Mega Drive e Sega CD). Meu primo como dono do console foi o primeiro a jogar, e eu lá chupando dedo quando eu ouvi em uma das primeiras cutscenes a risada do Carnage, cara eu fiquei feliz pois eu nunca tinha visto ele em um jogo apenas do Desenho do Homem Aranha a serie animada, não encontrei HQ's ou algo relativo alem do desenho que tivesse a simbiose vermelha.


     Uma coisa que eu sempre achei genial é como um jogo consegue te ensinar a jogar sem usar um tutorial enjoativo. A primeira fase desse jogo começa assim: um banco está sendo assaltado, e o Homem Aranha vai impedir o crime e salvar os reféns. No caminho, a Black Cat aparece e lhe dá dicas de como prosseguir, e é nessa fase inicial que você aprende os comandos do jogo. Nada de um tutorial que terminam em "agora que você aprendeu como se joga, o jogo começa". Você aprende no game mesmo, e muitos jogos atuais poderiam aprender com ele (e muitos outros) como se ensina comandos a um jogador.
Os gráficos são o clássico 3D da época , ou seja, a galera do 1080p vai chiar e muito com eles, mas os coroas perdoam.  A jogabilidade é perfeita, é extremamente divertido se balançar por aí com a teia e no chão o sistema de luta é extremamente intuitivo, dá até pra arriscar uns combos nos inimigos. Apesar da teia não ser infinita os jogadores  sempre vão achar cartuchos de teia para se recarregar, e serão estimulados a fazer a limpeza no cenário graças aos power-ups escondidos (destaque para o que dobra sua energia e te deixa com o uniforme monocromático que o herói usa nos quadrinhos ao ir para a Zona Negativa). Se não bastasse, o gamer "catador" ainda pode achar escondidas capas de edições clássicas dos quadrinhos do herói (como a histórica primeira edição e a polêmica revista da morte da Gwen Stacy), bem como uniformes alternativos que podem ser usados no game (tem até o Homem-Vergonha, que durou poucas páginas mas até hoje é lembrado). E essa caça aos quadrinhos dura até hoje nos jogos de The Amazing Spider Man 1 e 2 em inglês ainda (uma coisa que vai demorar muito pra Activision fazer é tradução e legenda). 


A dificuldade do jogo eu achei bem balanceada. Algumas fases são até fáceis se você pega o jeito, enquanto outras são difíceis até demais, difíceis o suficiente para eu ter que pedir para meu primo que zerou o jogos antes de mim mas eu juro que só em ultimo caso eu pedia ajuda a ele. uma das fases difíceis seria por exemplo perseguir o Venom pela cidade com certeza vai te dar dores fortes de cabeça!. Cada inimigo tem uma forma diferente de ser derrotado, e todas levam o inimigo em consideração, logo os fãs do Aranha não terão dificuldade nos chefes. Exemplo: na hora de enfrentar Rhino quem partir pra porrada vai ter sérios problemas, mas quem usar o cenário vai se dar bem rapidinho, pois nas HQs o teioso sempre se aproveita da burrice do Rhino para derrotá-lo e o jogo respeita isso! Sempre para derrotar o Rhino terá carros grandes ou algo elétrico para quando o Rinoceronte sair correndo você pular segundos antes e ele bater lá (sempre será assim, coitado do Rhino burrinho).
 Achei o jogo muito bom com muitas fases que dava para eu ter gastado bastante dos meus fins de semana em que eu não ia aprontar na rua ou no patio do condomínio, você sendo fã ou não do Aranha vai gostar do jogo.


terça-feira, 22 de setembro de 2015

Apple, Bandai e seu console Pippin... FRACASSO

Enquanto o Neo Geo CD era o console que ninguém podia ter, exceto filhos de deputados, devido ao seu altíssimo custo (mas que todo mundo queria ter, devido à qualidade dos games; pra quem era gamer na época era quase o equivalente a ter uma Ferrari). A guerra fria dos consoles então era disputada com certa folga pelo Nintendo 64 e pelo Playstation, o primeiro sendo vendido pela mais tradicional empresa de games e o segundo por uma novata que, apesar disso, conseguiu botar a concorrência no chinelo investindo pesado em bons e muitos games. Foi então que mais uma empresa novata no ramo dos vídeo games tentou entrar na batalha: a Apple.
Embora muito conhecida hoje em dia em tempos de iPhones, iPads e iPods, a Apple era pouco conhecida pelo grande público até a década passada, tudo que se sabia é que ela era uma "empresa que fazia computadores". Nesta nossa Era da Internet é praticamente impossível uma pessoa em nossa sociedade nunca ter mexido num computador, mas houve uma época em que computadores não eram um "eletrodoméstico que tinha em todas as casas", houve um tempo em que poucas pessoas tinham e/ou sabiam mexer num computador (e em geral era no trabalho...); Internet então, era uma utopia que nem os filmes de ficção científica previram com precisão. No meu caso quando eu era moleque meu pai mexia com escritório e essas coisas e muitas vezes ele tinha que fazer alguns relatórios em casa então eu meio que tive internet muito cedo, mas ela não era de se usar não pois era muito lenta, 14k não se dava e nem se da para fazer nada, eu até hoje não sei o que significa essa medida de velocidade mas por mim eu continuo sem saber.
    Seja como for, sabia-se que existia a IBM, a Microsoft e outras empresas que vendiam essas "coisas", e também uma ou outra pessoa já tinha lido ou ouvido falar de uma empresa que vendia computadores caríssimos, ou seja, a tal da Apple. Que na época tinham seus produtos considerados luxuosos e agregadores de valores por serem caros mesmo sendo essa belezinha ai.

Embora tenham sido criados inicialmente para fazer cálculos, logo os computadores ganhariam muitas outras funções como substituir as máquinas de escrever (isso já não existia a muito tempo atrás), substituir o correio (e até  o telefone hoje em dia) e logo alguém teve a ideia de fazer diversão eletrônica, surgiam os jogos de computador. Ainda nos anos 80 e 90, para quem tinha um pouco mais de recurso, era possível encontrar games para computadores como o PC e o MSX, mas o mais interessante é que a própria Apple, apesar de ter criado o primeiro computador pessoal popular  não chegou a participar do mercado de games (ou consoles) ainda.
     Ao contrário da Microsoft e outras empresas que desde o começo já faziam parcerias com softhouses para ganhar versões PC de games populares em consoles. O games próprios da Apple eram então pouco conhecidos do grande público e, ainda por cima, muito poucos games ganhavam conversões para Mac. Entretanto, a entrada da Sony no mercado dos Games abalou o mundo corporativo em 1994; várias empresas viram que, mesmo não tendo tradição, uma empresa de eletrônicos poderia se dar bem nesse mercado. A Microsoft passou a investir na Sega (o resultado disso foi o Dreamcast e, depois, o  X-Box), a Phillips já amargara a derrota de seu CD-i que, mesmo lançado, era bem odiado (pela baixa qualidade de seus games e por ser caro demais), a 3DO não conseguia chegar perto da concorrência com seu console homônimo mas tinha lá seu público fiel... mas  e a Apple?

   Não querendo imitar a Sony, a Apple nunca quis lançar seu console por conta própria e tentou fazer as coisas do jeito menos arriscado, iniciando uma parceria com uma empresa já tradicional no ramo dos games: a Bandai. A Bandai era inicialmente uma empresa de brinquedos e animação japonesa . Embora fizesse games para quase todos os consoles (principalmente Super Famicon, a versão japa do Snes), a Bandai chegou a ter seu console próprio chamado Playdia, mas este console era exclusivo do Japão pelo fato de a Bandai ser a única empresa a fazer games para ele e não ser tão famosa no Ocidente; com a oferta da Apple de uma parceria, era a oportunidade que a Bandai tinha de expandir seus negócios. Foi assim que nasceu o Apple Bandai Pippin, lançado em Março de 1995 no Japão e em Setembro do mesmo ano nos Estados Unidos. Um projeto ambicioso, que tinha a intenção de ser "mais do que uma plataforma para games, que no futuro poderia tomar outras formas, incluindo telecomunicações domésticas"; talvez ambicioso demais, a pretensão do Pippin só não foi maior que seu monumental fracasso.


Tecnicamente falando, o Pippin era praticamente um Macintosh disfarçado, usando o mesmo sistema operacional Mac OS Classic, a mesma placa-mãe dos Macs e até os mesmos tipos de CD-Roms  (que, aliás, eram totalmente compatíveis com os computadores). Embora inicialmente a Bandai planejasse lançar o console sem acesso à Internet (ou aquilo que chamavam de Internet nos anos 90...) teve que voltar atrás nessa decisão e incluir um modem no console devido a pedidos feitos pelos consumidores após o anúncio do lançamento; esta foi apenas a primeira de muitas alterações técnicas que o console sofreu antes mesmo de ser lançado, o que em grande parte contribuiu para sua derrota. Foram produzidos inicialmente 100 mil unidades, mas estima-se que não foram vendidas mais do que 42 mil para as lojas e cerca de apenas 7 mil para os consumidores; ou seja, o console teria vendido então menos de 50 mil unidades em todo o resto do mundo! Por que esse fracasso de um console que seria tão bom?

Pra começo de conversa, o Pippin não foi nada grande assim; embora fosse um "mini-Mac", muitas das unidades vendidas apresentavam defeitos mesmo tendo ainda tão poucas unidades produzidas (e tem gente que até hoje reclama das "três luzes vermelhas da morte" do X-Box 360...) em grande parte devido às alterações de última hora feitas no hardware; pra piorar, o preço inicial não ajudava: 599 dólares, enquanto o próprio Playstation custava a metade (U$ 299,00). Lançado no meio da guerra Playstation-Saturn-Nintendo 64, o Pippin foi também um grande fracasso de marketing; embora tivesse toda a propaganda da Apple e da Bandai, seu público-alvo (os gamers) não se interessava: "Por que pagar tudo isso por um console desconhecido e com poucos games, quando eu posso ter meu próprio Playstation?"; embora fosse tradicional no ramo dos games, a Bandai não era lá muito conhecida fora do Japão, ao passo que o público secundário (fãs do sistema Mac e da Bandai) também torciam o nariz; ninguém tinha certeza se o Pippin era um Computador ruim de jogar ou um Videogame difícil de programar. Como eu disse, todos os games do Pippin eram compatíveis com o Mac, e as pessoas ficavam na dúvida se valia a pena comprar um Pippin (que talvez fosse apenas uma versão barata do Mac) ou um Macintosh tradicional; a maioria que podia escolhia a segunda opção.
                                                 Placa mãe idêntica aos Mac's da epoca
                    
Justiça seja feita, o Pippin tinha uma característica positiva, que era seu joystick: o controle do Pippin (chamado AppleJack) é considerado um dos controles mais anatômicos e confortáveis já feitos. Num formato que lembra um bumerangue, sua empunhadura é melhor até mesmo que a do Playstation, embora tivesse menos botões, mas o que chama a atenção no controle é a Trackball que fica no meio: esta bolinha tinha tanto a função de um botão analógico quanto a de um mouse! E seu direcional era bem mais confortável e macio que o dos consoles tradicionais. Uma pena que toda essa maravilha podia ser tão pouco aproveitada pelo fato do console ter tão poucos games e tão ruins...

Devido ao pouco sucesso do console, o Pippin chegou a ser licenciado a uma terceira empresa, a norueguesa Katz Media, que pretendia lançar o console na Europa e no Canadá,  como um Mac de baixo custo e tentando fazer uma integração via Internet em redes de shoppings, hotéis e hospitais; seria a primeira tentaiva de algo tão grande envolvendo uma rede de computadores numa época que a Internet não era tão popular, mas foi infelizmente outro projeto ambicioso que não deu certo. Lançado numa época que a Apple tentava se popularizar, o Pippin contou com mais um azar em sua curta carreira: o retorno de Steve Jobs à empresa. O co-fundador da Apple havia saído da empresa em 1985 devido a problemas que teve com os diretores, mas retornou em 1997 quando a Apple esteve à beira da falência (em grande parte graças também ao Pippin) para levantá-la das cinzas; para isto, ele começou boicotando os produtos que eram comercialmente um fracasso e também as imitações do Macintosh... e o Pippin era as duas coisas, literalmente a "maçã podre" do cesto! E vendo o fracasso que havia sido o console estava declarado o fim do console da Apple, apenas dois anos depois de seu lançamento, pouca gente sabe sobre o console pois a Apple pediu para que tudo quanto fosse lojas ou portais de games não comentassem sobre o console e como na época não havia internet (pelo menos o suficiente para que uma pesquisa de 6 minutos não levasse 8 horas) tudo que havia sobre o fracasso na época sumiu.

Embora o iMac seja considerado o primeiro computador sem entrada para disquetes, esta posição na verdade cabe tecnicamente ao Pippin, que não vinha com um leitor próprio (embora tenha sido lançado como um periférico), já que o console foi lançado dois anos antes do iMac;

O nome "Pippin" vem de Newtown Pippin, uma espécie americana de maçã, que é parente da espécie McIntosh (que obviamente dá nome a... ah, vocês sabem).

Obs.: Diferente dos outros consoles que foram apresentados nesta série, o Pippin foi lançado e comercializado; entretanto, seu prematuro fracasso e resultante cancelamento o tornam "digno" de figurar entre os Consoles Cancelados aqui do Museum.